Achados e Perdidos.
--- E ele me viu e entrou no carro! Ele sabia que eu estava alí e entrou no carro! Se isso fosse um culto satanico, ele estaria escolhendo a mão esquerda!
Mick e Peter se entreolharam. As palavras cultos satanicos saíram de forma esquisita da boca de Arthur.
--- Pois é, mão esquerda. --- disse Mick, terminando de beber seu capuccino.
Peter deu os ombros.
--- E o que você esperava, Arthur? Que ele corresse para seus braços e te beijasse?
Arthur franzil a testa.
--- Foi ontem a operação onde você retirou seu coração e o substituiu por um cubo de gelo? Só pra saber --- disse Mick, também meio confuso pelo tom adotado por Peter.
--- Arthur, essa é a escolha dele. É a forma que ele encontrou de sair dessa vida. Ele não está alí por que ele goste.
--- É pra pagar a faculdade e blá blá blá --- Arthur imitou, com a mão, uma boca abrindo e fechando repetidas vezes.
Peter balançou a cabeça positivamente.
--- Eu... Eu queria ajuda-lo. Eu poderia conseguir um esmprego para ele. --- Arthur parecia esperançoso.
--- Claro, por que um barista tem... --- Mick se interrompeu por causa de uma pessoa que havia acabado de passar pela porta, fazendo o sino acima dela soar.
--- Eu acho que poderia conseguir alguma coisa pra ele na... Arthur?
Peter também tinha reparado que alguem entrara no café, mas não dera importancia. Apenas notou quem havia entrado quando viu Mick e Arthur vidrados na pessoa que estava parado á poucos metros de distancia.
Peter o encarou, e a leve recordação assaltou-lhe a mente. Elevador da ArtDeco. C. Macfadyen.
Arthur estava sem palavras. Colin era a ultima pessoa que ele esperava aparecer alí.
--- Hey, Tom, ou Colin... E aí? Capuccino? --- Mick já havia voltado ao estado normal, e se incomodou com o estranho silencio que se instalara no café.
Colin sorriu.
--- Eu não como nada de manhã, mas obrigado. --- disse, recusando a bebida.
Ele olhou para Peter, e também lembrou de quando havia encontrado-o dentro do Elevador.
--- Sr. Calledon, olá.
Peter estranhou a maneira formal que havia sido chamado. Não estava na empresa, e Colin não era um funcionário.
--- Peter --- corriugiu Peter.
--- Não, Colin --- brincou Colin.
--- Não --- Peter estava se atrapalhando --- Mim Peter.
Mick o encarou-o.
--- Mim Peter? Qual a sua tribo? Viados do canavial?
Colin sorriu com o comentário, e se sentiu mais á vontade. Quase inteiramente á vontade. O olhar indagador de Arthur o deixava meio sem geito. Ele cruzou os dedos sobre a barriga.
--- O que está fazendo aqui? --- disse Arthur, saindo do seu transe.
--- Mick, olha a hora. --- disse Peter, consultando o relógio --- Temos tanta coisa pra fazer antes das onze horas! Temos que escolher as cortinas do seu apartamento.
Mick não sacou o código.
--- Mas ainda são nove e meia.
--- Por isso mesmo --- disse Peter, se levantando --- Escolher cortinas é uma experiencia única, inovadora. Não podemos perder tempo.
Peter beslicou a perna de Mick, que estava de bermudas.
--- PORRA PETER, POR QUE... Ah sim, cortinas, claro. Eu quero azuis celeste pra combinar com a tevê de plasma que você vai me dar.
Peter revirou os olhos. Mick estava crente que ia ganhar uma tevê de plasma.
--- Hãã... Me liga depois, Art. --- disse Mick, imitando um telefone com os dedos.
Peter sorriu e foi em direção á porta. Deu três tapinhas de leve no ombro de Colin quando passou por ele.
Mike parou e deu um abraço em Colin.
--- Que bom que voltou --- disse ele, enquanto saía pela porta.
Colin sorriu e agradeceu. Em seguida, olhou nos olhos de Arthur.
--- Seria bom se eu voltasse --- disse ele, com um sorriso melancólico.
As palavras do medico ainda soavam frias na mente de Will.
Debilitado como ele está, o coma é algo inevitável...
E realmente foi. Seth não aguentava tanta medicação, e foi colocado na unidade de terapia intensiva.
Will não sabia, mas Mark dissera á Peter que o estado de Seth não era nada bom.
O cancer está muito avançado, disse ele, Se ele aguentar mais duas semanas, será muito.
Duas semanas, pensou Peter.
Ou menos do que isso.
Will estava sentado na cadeira ao lado da cama de Seth.
Seth tinha uma expressão tranquila. Se não fosse pelas agulhas introvenosas ligados ao seu braço, poderia se dizer que Seth estava dormindo tranquilamente.
Três batidas na porta cortaram o silencio.
--- Oi --- disse Mick, entrando no quarto.
Will esbolsou um sorriso.
--- Pode entrar --- disse ele, e indicando a cadeira ao seu lado.
Mick sentou-se e colocou a mão no joelho de Will.
--- E ae rapaz... Suave na nave? De boa na lagoa?
Will franziu a testa com as novas palavras que Mick havia aprendido.
--- Só pra descontrair --- disse Mick, explicando-se --- Hospitais são tão...
--- Aterrorizantes? Horrendos?
--- Pesados, talvez. A sensação de desesperança é sufocante.
Will voltou á olhar para Seth.
--- Você nem faz idéia.
Mick entendeu o que Will queria dizer, e passou o braço em volta dos ombros.
--- Você vai ficar bem. Você já comeu?
--- Bebi um pouco de café, não tenho fome.
--- Por falar em café, Colin voltou.
Will respondeu sem tirar os olhos de Seth.
--- De vez?
--- Acho que sim --- disse Mick, sorrindo.
Will deu os ombros.
--- Um volta, outro vai. Você compra um apartamento, Peter e Luigi planejam ir viajar. Quando foi que nossas vidas viraram a sessão de achados e perdidos?
Mick apoiou a cabeça no ombro de Will.
--- Ninguem está perdido.
O sorriso melancólico apareceu na face de Will.
--- Tem certeza? Nem todos pensam assim. Esses médicos me olham de forma desanimadora. Por mais que o pai do Peter seja um bom profissional, ele não consegue tirar aquela expressão do rosto.
--- Que expressão?
--- A expressão de "Quando o carro funenário vai chegar? Temos que desocupar esse quarto"
Mick sorriu sem humor algum.
--- Não é assim. Não vai ser assim.
Com um olhar penetrante, Will perguntou á Mick.
--- Não vai?
Mick ficou em silencio, sem saber o que responder.
peetcallendon diz:
E aí, como foi o sexo de reconciliação???
Arthur viu a janela de Peter se abrir na tela do seu computador. Já era mais de onze horas, e para se distrair, Arthur resolveu fazer login no programa de mensagens instantaneas.
Art.changeyourshoes diz:
Não houve sexo. Não ouve nada. Nunca houve, para falar a verdade.
peetcalledon diz:
...
Arthur não responder. Peter tentou de novo.
peetcalledon diz:
Então pra que ele foi lá hoje de manhã?
Art.changeyourshoes diz:
Só pra me dar esperança, e depois toma-la. E para me explicar quem era o cara barrigudo que eu vi dentro do carro naquela noite.
peetcalledon diz:
E quem era ?
Art.changeyourshoes diz:
O melhor cliente dele. Segundo Colin, ele o faz sentir uma pessoa especial.
peetcallendon diz:
Coisa que vocÊ poderia fazer também.
Art.changeyourshoes diz:
Foi exatamente o que eu disse! Adivinha o que ele respondeu...
peetcalledon diz:
Você saber que eu sou péssimo para advinhações ¬¬'
Art.changeyourshoes diz:
Ele disse que eu não posso pagar a faculdade dele.
Uma mensagem, que não era nem de Peter nem de Luigi, apareceu no meio da conversa.
" Lui W. acaba de ser inserido na conversa "
Art.changeyourshoes diz:
Luigi?
Lui W. diz:
Oi Art. Peter já me colocou á par da situação =/
Oi Amor! ^^
peetcalledon diz:
Oi querido! *_*
Art.changeyourshoes diz:
Legal. Eu conversando com um casal feliz ¬¬'
peetcalledon diz.
UHAUHAUAHUAHAUHAUHAUHAUHA.
Lui W. diz:
paokspoakspoakspokapskakspakspakspakp.
Art.changeyourshoes diz:
* suspiro *
Lui W. diz:
Cara, entenda o que ele quis dizer! Não que ele não possa te fazer feliz, é só que ele quer se formar na universidade.
Art.changeyourshoes diz:
Eu poderia ajuda-lo.
Lui W diz:
Como? Você acha que ele ia querer ser sustentado por você?
Art.changeyourshoes diz:
O Peter te sustenta.
Lui W diz:
O.o
peetcalledon diz:
O_o
Como é que é?
Arthur passou a mão nos cabelos e suspirou fundo.
Olhou para a tela e respondeu.
Art.changeyourshoes diz:
Gente, não quero brigar com vocês. Vou sair.
peetcalledon diz:
Aonde vc vai?
Mas Peter ficou sem resposta. O programa de mensagem enviou a seguinte mensagem para Peter e Luigi.
" Art.changeyourshoes abandonou esta conversa. "
Luigi ficou olhando para a tela do laptop que estava pousado nas suas pernas esticadas na cama. Olhou para Peter, ao seu lado, na mesma posição.
--- Você não me sustenta, não é?
Peter olhou para Luigi, sem saber o que dizer.
--- Hã... Não, ué. Digo, temos...
--- Empregos e recebemos...
--- Nosso dinheiro indi...
--- Individualmente. É.
--- É. --- disse Peter, dando um ponto final na conversa.
Nem Arthur sabia o que estava fazendo alí. A idéia de sair de casa para espairecer parecia boa, mas ele não precisava estar exatamente alí.
Meses atrás. A chuva caía do ceu como um balde sendo virado de cabeça para baixo. Pensamentos diversos. E de repente, um jovem nos seus braços, fugindo de um perigo eminente, com o sangue fluindo da sua pele como agua saindo de uma mangueira de borracha.
Um trovão de assustar ecoou na rua, seguido de uma chuva imprevista. Em poucos segundos, o cabelo de Arthur estava colado na sua testa.
Ótimo. Só falta o garoto de programa. Espero que esse não esteja fazendo faculdade.
Arthur deu meia volta, na intenção de voltar para casa.
Apenas na intenção.
Do outro lado da rua, estava ele. Vestido com sua "roupa de trabalho". Sua camisa não estava molhada graças ao forro do sobretudo que protegia Colin.
Colin atravessou a rua sem saber o porque. Talvez ambos soubessem, Arthur e Colin, que eles estavam predestinados á ter algo muito maior do que imaginavam.
Segundos que parecem horas. Tomando uma atitude, Arthur caminhou decidido até Colin, parado á dois metros á sua frente.
Passou direto por ele, olhando para o chão. Para que palavras repetidas, se o sofrimento causado seria o mesmo? Qual a graça em sentir a dor de uma perda de algo que se nunca teve?
--- Hei --- disse Colin, virando-se para Arthur.
Arthur continuou andando.
--- É assim então? O cara que salva minha vida se torna um completo estranho?
Arthur parou de andar e se virou para ele.
--- Você escolheu isso. Você decidiu como as coisas iam ser. Bom, agora asssita o show.
O cabelo de Colin começava á atrapalhar sua visão.
--- Eu escolhi isso?! Acha que se eu tivesse mais opções, eu não faria a escolha certa?!
--- Você tem mais opções, Colin! Você pode...!
--- Posso o que? --- disse Colin, interrompendo Arthur --- Quais as minhas escolhas? Viver nesse seu mundinho perfeito, onde tudo é azul? Andar com seus amigos legais? Ir com vocês na Times e dançar á noite inteira? Planejar viagens á lugares onde os seus cartões de crédito de Ouro, Diamante e Platina são aceitos? É essa a escolha que eu tenho?
As meias de Arthur já estavam completamente ensopadas. Mas ele nem se importava. Ele se aproximou de Colin, ficando á centimetros do seu rosto.
--- É uma opção. Você pode tambem aceitar a ajuda deles. A minha ajuda. Você pode ter o que você quer ter, mas não precisa pegar o caminho mais dificil.
Colin abriu a boca para protestar, mas faltaram-lhe as palavras certas. Sem perceber, seu nariz se inclinou para frente, tocando o nariz de Arthur.
--- Isso não...
Colin foi interrompido pelo som estridente e irritante de uma buzina de carro. O volvo vermelho parou á uns metros deles.
--- Tenho que ir --- disse Colin, separando seu nariz do de Arthur.
--- Não tem não --- disse Arthur, passando a mão em seu pescoço.
Num movimento rápido, Colin deu um beijo rápido nos lábios de Arthur. Foi como se seu corpo tivesse sido conectado á um cabo de energia elétrica.
De olhos abertos, Arthur viu Colin entrar no carro sem olhar para trás.
Peter estava deitado de costas para Luigi, segurando seus braços diante do seu peito. Respirava levemente, pois o braço de Luigi não fazia peso em seu peito.
O celular de Peter começou a vibrar em cima do criado mudo. Andava sózinho pelo móvel, fazendo barulho quando se mechia.
Relutante, Peter abriu os olhos e tentou focalizar o visor do aparelho.
Era seu pai. Aquilo não significava boa coisa.
--- Pai? o que que foi?
Mark parecia cauteloso.
--- Venha para o hospital.
Peter se libertou do braço de Luigi e sentou no cama.
--- Ai meu Deus... Pai?
--- Calma Peter. Ele ainda está aqui. Só que... Não por muito tempo. Venha depressa, sim?
Peter ouviu o telefone ser desligado, e ficou sentado durante uns segundos.
Luigi acordou e acendeu o abajur.
--- O que foi? Quem era?
Peter se virou mecanicamente para Luigi.
--- Meu pai.
O olhar de Peter já dizia tudo.
--- Vou pegar as chaves do carro --- disse ele, se levantando da cama e saindo do quarto.
Deitado no sofá sem sono algum, a mente de Arthur era um espaço vazio. Ele já devia estar cançado daquela situação. Para ele, relacionamentos não deviam ser tão dificeis assim. Por alguns minutos, ele considerou que ser heterossexual devia ser mais fácil. Ou no mínimo bissexual.
A campanhia da porta o tirou de seus devaneios temporários. Sem humor algum, Arthur se levantou do sofá para ver quem era.
Não acreditava no que via. Colin estava encharcado por causa da chuva, como se tivesse acabado de sair de uma piscina.
--- Errr... o que? --- Arthur tentou formar uma frase, mas as palavras não saíam da sua boca por causa do espanto.
Colin sorriu sem graça.
--- Eu estava lá com o cara e... Sei lá, resolvi pegar o caminho mais fácil. Não sei se vai dar certo, não sei se vou me arrepender depois, mas... É sempre uma opção aceitável.
Uma sensação de paz começou a invadir Arthur. Ele sorriu, sem saber o que dizer.
--- E tambem eu já estou cansado disso. Cansado de dormir com homens desconhecidos. Agora eu aquero apenas um homem.
Arthur enconstou a cabeça na porta, sorrindo.
--- Era exatamente isso que eu queria ouvir.
Colin sorriu, e depois olhou para a propria roupa.
--- Então... Vai me deixar do lado de fora por quanto tempo? Não que esteja ruim, mas né... hehehe.
Inesperadamente, Arthur pegou-o pelo pulso, fazendo-o adentrar na casa.
Como se os dois tivessem esperado aquilo por muito tempo, seus lábios se encontraram numa união que os uniu de forma significativa. Estranhamente, cada um conhecia intimamente os lábios um do outro. Eles se completavam como se tivessem ensaiado aquele momento há muito tempo atrás.
Mesmo com Colin todo molhado, Arthur o puxou para si, segurando-o pela cintura, enquanto Colin passava seus braços por atrás do pescoço de Arthur.
Pararam durante um momento. Sentiram que era aquilo que ambos mais queriam.
--- Apenas um homem --- disse Colin, baixinho --- Apenas você.
Foi o que bastou. Nem eles souberam quanto tempo havia se passado, mas em poucos segundos, eles estavam no quarto, descobrindo o corpo um do outro.
A chuva amenizou, se tornando apenas uma garoa fina.
Para alguns. De manhã, do outro lado da cidade, começava uma tempestade devastadora, que chegava e levava o coração de uma pessoa para o fundo do oceano.
Parados no corredor branco, Peter, Luigi e Mick não diziam nada. Estavam em pé, como se estivessem paralisados.
O coração dele não aguentou a perda de tanto sangue, dissera Mick. Não podemos fazer nada. Desculpe-me filho.
As palavras ainda ecoavam na mente de Peter.
Mas pior do que palavras, são as imagens. Se uma imagem vale por mil palavras, Peter preferia ser cego.
A imagem de uma enfermeira cobrindo o corpo sem vida de Seth foi demais para ele. A frieza demonstrada pela enfermeira era parecida com um açougueiro pegando um pedaço de carne.
Mick e Luigi perceberam que Peter não estava em seu estado normal. Pálido demais. Quieto demais. Juntos, os dois foram para o lado de Peter.
Peter olhou para eles e não disse nada.
A porta do corredor se abriu violentamente. Will entrava olhando para além dos amigos, como se esperasse encontrar Seth alí, com vida.
Peter foi ao seu encontro.
--- Will...
Mas Will não via Peter. Só deu atenção á ele quando Peter o segurou pelos pulsos.
--- Não Will, não vá lá.
Parecia que Will ia ter um ataque a qualquer momento.
--- Ainda dá tempo, Peter! Ainda dá tempo de ir lá e...
O olhar de Peter o calou.
--- Não dá mais tempo. Ele... Ele já está dormindo.
Will tentava se soltar de Peter, mas não conseguia. Peter o segurava pelos pulsos e bloqueava a passagem.
Luigi e Mick se aproximaram cautelosos.
--- Não, vocês não entendem! Ainda há tempo para... Me solta Peter!
Peter começava a apertar o pulso de Will mais fortemente. Aquela não era a hora para Will sair correndo descontroladamente pelo hospital.
--- Vocês não sabem de nada! --- disse ele, gritando em plenos pulmões --- Peter, eu ainda sei que dá tempo...
Sem perceber, os joelhos de Will dobraram, de encontro ao chão.
Não podia mais conter as lágrimas. E pior, não podia mais enganar a si mesmo.
Entregou-se a dor. Deixou-a inundar seu coração, afogando todos os sentimentos mais verdadeiros que guardava.
Não sentia mais Peter segurando pelos pulsos. Não sentia mais nada á sua volta.
Sua mente parecia ter se desligado.
Will ficou á deriva. O oceano escuro e frio e puxava para baixo, e ele não fazia o menor esforço para subir até a margem.
Se desligou de tudo. Não tinha coragem de voltar.