Tempo.
O sol ardia quente e forte nas costas de Peter. Seus cabelos estavam quase brancos com o reflexo dos raios solares.
Da onde ele estava, podia se ver o grande oceano que se estendia á frente. O convés superior do navio Queen Mary 2 possuía 786 metros, e cortava todo o navio. Aquele convés era considerado a artéria principal do navio.
Peter conseguia sentir a calmaria no ar. Fazia uma semana que ele estava trabalhando no navio, e estava tudo indo muito bem. Tinha todo material disponível, o tempo necessário para o serviço e o mais importante: Tinha as pessoas certas para trabalhar.
Depois de terminar de projetar o tamanho da tapeçaria que seria usada no Salão Britânico (um dos dez restaurantes que serviam 1,5 milhões de bebidas por ano) Peter decidiu dar uma pausa no que estava fazendo para ligar para Luigi.
Sentia uma saudade terrível e devastadora dele.
Aquela primeira semana tinha sido um pouco intensa, que acabou fazendo Peter falar poucas vezes com Luigi, e por menos de cinco minutos. A decisão de parar o serviço para ligar para Luigi foi exatamente por isso: Saudades. Não sabia como ia conseguir ficar mais tempo longe de casa, de Luigi.
Procurou o numero certo na lista de contatos e esperou.
Menos de três ligações bastaram.
Quando Luigi atendeu ao telefone, o coração de Peter foi invadido por sensação de alívio.
Peter sabia que Luigi ainda continuaria ali quando ele voltasse pra casa.
--- Oi, meu amor --- disse Luigi, com a voz suave e doce.
Peter nunca havia imaginado como seria difícil ficar longe de Luigi. E com razão, porque antes, eles nunca tiveram motivos para ficarem longe um do outro. E apesar de estarem “separados” por causa da profissão de Peter, este já podia imaginar como seria se estivessem separados por outro motivo.
Peter ainda continuava em silencio. Ainda pensava na voz doce, nos toques das mãos e nos lábios perfeitos e rosados de Luigi.
--- Quando sair do seu transe, diga alguma coisa, seu bobo --- Luigi estava de bom humor.
Peter lembrou-se de falar algo e voltou á realidade.
--- Oi Lui. Nossa, eu estou com...
--- Eu também. Você não imagina o quanto.
--- Como você está? E os meninos, como estão?
--- Eu estou sobrevivendo. Pensando em você mais do que nunca. Esses dias até confundi o nome de um dos estagiários... Ele se chama Pierre, e o chamei de Peter.
Peter sorriu e olhou em direção á imensidão azul que se estendia á sua frente.
--- E quanto aos meninos... --- Luigi continuou --- Acho que estão todos bem. Mick ainda está aqui em casa. Sabia que quando ele não está falando apenas em sexo, ele até consegue ser legalzinho?
--- Sei sim. Ele é um bom garoto. Jovem, um pouco imaturo, mas um garoto legal. E os outros?
Luigi pensou por um segundo.
--- Bom, Arthur está com um hóspede bem... Diferente na casa dele.
--- Hóspede?
--- Exato. Um garoto que ele conheceu quando nós fomos á Times.
--- Pensei que ele só tinha ficado na área vip conosco.
--- Ele conheceu esse cara na rua.
Peter ficou confuso. Arthur levando pessoas desconhecidas para sua casa? E que história é essa de hóspede?
--- Quando eu voltar você me conta isso direitinho.
--- Certo. Will sumiu do mapa. Liguei para ele esses dias e ninguém atendeu. Mick foi até o duplex dele e não passou da porta.
--- Quando mistério. Ele ultimamente estava bem... Diferente --- Peter comentou.
--- Também percebi. Meio fechado? Recluso?
--- Exatamente.
Peter e Luigi ficaram se perguntando o que havia acontecido. Não chegaram á conclusão alguma.
--- Eu sinto sua falta --- Luigi interrompeu o silencio --- Eu olho para essa casa enorme e... Eu sinto que ela está se fechando ao meu redor. Está tão silenciosa... Chega até ser opressivo.
Peter estava louco para sair daquele navio e voltar para casa, mas tal atitude era inconcebível.
--- Opressivo? Venha para o maior navio do mundo, aí você vai saber o que é opressivo.
--- Mas deve ser lindo.
--- É maravilhoso. Acredita que eu ainda não consegui caminhar por ele inteiro? É grande demais.
Luigi sorriu e passou a mão pelo cabelo.
--- Volte logo --- disse ele.
--- Estamos quase terminando. Se eu adiantar a equipe, podemos terminar antes do prazo.
--- Estarei esperando por você. Sempre.
--- Eu sei.
Peter ouviu passos atrás de si e se virou para verificar. Christopher estava parado á poucos passos de distancia.
Peter ainda estava se perguntando porque Christopher só usava uma camiseta regata branca o dia inteiro. Peter admitia que Christopher tinha um corpo muito bonito, mas para que exibi-lo dessa maneira?
--- Peter, eu não estou conseguindo fazer o que você me pediu. Qual a diferença entre um sofá de dois lugares e um de três lugares? Quer dizer, a diferença são os números, mas não são todos iguais? --- Christopher perguntou para interromper a conversa, pois sabia que era Luigi no telefone.
--- Quem está aí? --- Luigi perguntou.
Peter se virou para Christopher e fez sinal com a mão para que ele aguardasse.
--- É o Charles --- Peter mentiu na maior cara dura --- Amor, tenho que ir. Amanhã eu te ligo, okay?
--- Tudo bem. Vou esperar, heim. Te amo.
--- Também te amo.
Peter esperou que Luigi desligasse para também faze-lo.
Não tinha reparado quando Christopher tirara a camiseta e a segurava com uma mão.
--- Está calor aqui ou é impressão minha? --- Perguntou, avaliando a expressão de Peter.
Peter estava indiferente. Músculos e abdômen definidos nunca chamaram a atenção de Peter.
--- Impressão sua --- respondeu e passou direto por ele, indo em direção ao Café Britânico.
Contou mais uma vez, sabendo que isso não iria mudar nada.
27 cortes nas costas, 2 na parte de trás dos braços e um leve arranhão perto da nuca. As feridas ainda estavam abertas e de vez em quando escorriam um pouco de sangue.
Ele sabia que tivera sorte. Sabia que naquela noite, um desconhecido completo havia o ajudado. Pensou que se tal desconhecido não o ajudasse, naquela hora ele poderia estar sob sete palmos de terra.
Foi até a cômoda que estava no quarto e preparou o material para fazer a limpeza nas feridas. Sabia que não ia conseguir chegar até as costas, mas ele sabia que já dera trabalho demais ao homem que o ajudou naquela noite.
Não percebeu que o tal homem estava parado na porta do quarto, observando-o.
Sorriu com timidez, como se fosse uma criança que foi pega fazendo aquilo que estava proibido de fazer.
Arthur sorriu e entrou no quarto.
--- Deixa que eu faço isso --- disse ele, estendendo a mão, como se pedisse para que lhe entregasse o material de limpeza.
--- Não precisa --- respondeu --- Eu posso fazer isso.
Arthur sorriu e se aproximou mais do rapaz.
--- Deixe de ser teimoso. Vamos, eu faço isso.
O rapaz sorriu constrangido, passou o algodão umidecido para Arthur e virou-se, ficando de frente para o espelho.
Quando o algodão tocou uma ferida das costas, o rapaz deu um pequeno pulo.
--- Desculpe --- disse Arthur.
O rapaz assentiu com a cabeça e respirou fundo. A dor das feridas já estava começando a se tornar familiar á ele.
Enquanto cuidava das feridas, as imagens ainda passavam na cabeça de Arthur como se fosse um filme sendo exibido.
Quando desmaiou, Arthur percebeu o sangue na roupa do jovem. Sua mão estava enlameada de sangue, assim como a sua camisa.
Arthur não percebeu o grupo que estava no fim da rua, observando. Sem suas mãos havia navalhas e laminas usadas para barbear.
Arthur arrastou o rapaz até uma rua mais movimentada. Pediu ajuda e conseguiu que chamassem um táxi para ele. Menos de trinta minutos mais tarde, o jovem já estava na casa de Arthur, deitado no sofá, com as costas para cima.
O sangue pintava o sobretudo de vermelho.
Sem muito esforço, Arthur tirou o sobretudo e a camiseta do jovem.
Quase caiu para trás.
Marcas profundas estavam desenhadas em suas costas, em todas as direções; e o sangue escorria como uma torneira aberta. O jovem continuava desmaiado no sofá, que começava a ficar vermelho.
Depois do choque, Arthur começou a preparar o kit de primeiros socorros. Preparou algodão, muitos curativos e diversos vidros contendo líquidos de cores escuras.
Arthur molhou o algodão em álcool e chegou perto do nariz do rapaz com o algodão umedecido. Depois de três suspiros longos, o jovem acordou assustado, tentando se levantar.
Arthur o impediu antes que ele se erguesse do sofá.
--- Não não, fique onde está. Você não está em condições de se levantar agora.
O jovem possuía olhos verdes, assustados. Olhavam á sua volta como se tentasse descobrir onde estava.
Quando tentou falar algo, se deu conta dos cortes nas suas costas, e começou a gemer de dor.
--- Calma, estou quase terminando. Só mais um pouco... --- Arthur terminava de passar o algodão sobre uma ferida bem profunda --- Pronto.
O jovem respirou profundamente, grato pelo algodão ter acabado de causar dor.
Ele estava desnorteado. Seus olhos eram uma mistura de medo e curiosidade.
--- Quem é você? O que... Que aconteceu? --- Ele conseguiu perguntar á Arthur.
--- Eu é que lhe pergunto. O que aconteceu com você?
Arthur tinha terminado com o trabalho e começava a guardar o kit de primeiros socorros.
O jovem de olhos verdes se levantou e sentou-se no sofá, sem encostar as costas no encosto do sofá.
--- Qual o seu nome? --- Perguntou Arthur, sério.
--- Meu... Hã, Tom. Meu nome é Tom.
Arthur balançou a cabeça e se dirigiu em direção á cozinha. Voltou meio minuto depois com um copo de café puro.
--- Oi Tom, eu sou o Arthur. Eu te ajudei ontem á noite.
Tom pegou o copo com café e franziu a testa.
--- Ajudou?
--- Sim. Estava chovendo, você estava...
De repente as palavras de Arthur se calaram, e Tom estava perdido na noite anterior. Como flash vindo de uma câmera, a noite anterior ia surgindo na sua mente. Vislumbres rápidos e interligados um ao outro.
---... Então eu te trouxe para cá... E aqui estamos --- Arthur terminou de falar.
Tom já sabia o que acontecera, e se surpreendeu. Isso nunca havia acontecido antes. Ele olhou para Arthur, grato pela sua ajuda.
--- Obrigado.
Arthur sorriu e sentou de frente para ele, na mesa de centro.
--- O que aconteceu com você?
Tom sabia que tinha coisas á fazer, assuntos á tratar. Mas sabia também que devia alguma explicação ao cara legal de cabelos castanhos que o ajudara na noite anterior.
Ajudara? Aquele homem praticamente salvara sua vida.
--- Eu... Umas pessoas me pegaram... Acharam que eu estava no território delas. Resolveram me dar uma lição, mas eu não estava no territórios delas, eu só estava esperando um... Uma pessoa --- Tom estava começando a falar rápido demais.
--- Território? Que pessoas?
Tom não se orgulhava da escolha que tinha feito, mas qual alternativa mais ele teria? Praticamente nenhuma.
--- Outros garotos de... garotos de programa --- Tom olhava para o chão, constrangido --- Acho que alguns travestis também, não me recordo ao certo.
Arthur deu atenção á especialmente uma palavra.
--- Outros? Quer dizer... Além de você, haviam outros garotos de programa?
Arthur já estava entendendo melhor o que havia acontecido com aquele rapaz. Esperava um cliente e outros garotos acharam que ele estava “caçando” no seu território.
Qual era o vocabulário de garotos e garotas de programa? Arthur não fazia a mínima idéia.
Tom continuava á encarar o chão quando respondeu a pergunta de Arthur.
--- Sim. Eles... Eles andam com navalhas e essas coisas, para quando um cliente não quer pagar o preço combinado.
--- E para quando eles acham que tem alguém invadindo a área deles --- Arthur disse, e não era uma pergunta, e sim uma confirmação.
--- Pois é.
--- E você anda com essas coisas também?
--- Não. Nunca tive problemas com os...
Arthur sabia o que ele estava querendo dizer. Seus clientes sempre pagavam certo.
--- Tudo bem. Vamos fazer assim... --- Arthur se levantou e pegou o copo de café que estava vazio --- Eu vou fazer algo para você comer, e você continua deitado. Depois se você quiser você pode ligar para alguém, seus pais, ou algum amigo.
Tom sorriu ao olhar para Arthur.
--- Obrigado, mais uma vez. Não vou te atrapalhar, prometo.
--- Tudo bem --- Arthur sorriu de volta --- Mas antes... Eu quero saber uma coisa. Você realmente se chama Tom?
Tom sorriu constrangido, e voltou a encarar o chão.
--- Tudo bem, quando você estiver menos vermelho, você me conta --- Disse Arthur, sorrindo ao voltar para a cozinha.
Era a quarta vez que Will ligava para Seth, e ele encerrava a ligação. Will pensou que venceria pelo cansaço, mas não era isso que estava acontecendo. Quando Will ouviu o telefone ser desligado, ele fechou os punhos com força.
Will tinha que arranjar uma maneira de falar com Seth. Agora que ele finalmente o encontrara, como ia conseguir ficar longe dele.
Will já tinha mudado mais uma vez. O cara que o levou para aquelas festas havia ligado umas duas vezes, convidando Will para sair, e Will recusou os dois convites. Não queria estar com outra pessoa. Queria era ficar com Seth, ou pelo menos conversar.
Quando o telefone tocou, Will correu para atende-lo. Achava que era Seth, o chamando para se encontrar em algum lugar. Conversar, talvez. Will se contentaria apenas com uma conversa.
Mas não era Seth. A voz do outro lado da linha era meiga e curiosa.
--- Will? Sou eu, Mick.
--- Oi Mike. E aí?
--- Eu é que pergunto! Como foi o teste? Quando você recebe os resultados?
Aquela era a hora para Will começar a inventar uma história para contar para Mick.
Will não tinha feito o teste, foi covarde demais para enfrentar a possibilidade de estar com alguma doença, mas não foi covarde quando deu meia volta e saiu correndo o mais rápido possível da clínica onde o teste seria realizado.
Começou a falar.
--- Ah, sabe como é... Formulários, pagamento, depois o recolhimento do sangue e por fim um suco de laranja sem gosto.
--- Procedimento padrão. E quando sai o resultado?
Parte complicada, pensou Will.
Se Will estabelecesse uma data para o resultado dos exames (exames que nunca foram feitos) ele estaria estabelecendo a data de quando ia dizer que nunca havia feito o teste. Era como marcar o dia de levar um tiro na própria mão.
--- Hã... Não sei, eles vão me ligar para dizer quando eu devo ir buscar os testes.
--- Menos mal... E você está legal?
--- Claro, tranqüilo. E você?
--- To legal. Só a faculdade que está meio complicada.
--- Porque ficar cortando pano é meio difícil mesmo, eu sei.
--- Haha, tonto. Bom, vou ir trabalhar. Quer fazer algo hoje á noite? Times?
--- Hã... Na verdade, eu comprei uns filmes novos, vou ficar assistindo.
--- Tudo bem. Qualquer coisa me liga.
--- Certo. Até mais.
--- Até.
Will desligou o telefone e apertou o botão que ligava automaticamente para o ultimo numero discado.
Como na outra vez, Seth desligou quando viu quem era que estava ligando.
Chegando em casa, achou que estivesse em uma loja de tecidos.
Seu sofá estava coberto de amostrar de tecido e livros que falavam sobre cores. Ao lado do sofá haviam três manequins sem roupa, e Mick estava no centro da sala, com um giz ele marcava um tecido que estava por baixo dele, e na boca ele segurava três alfinetes com pontas coloridas.
--- A Chanel se mudou para minha casa? --- Perguntou Luigi para Mick.
Mick levantou os olhos e riu como se pedisse desculpas. Ele terminou de marcar o pano e tirou uma tesoura do bolso da bermuda.
--- Eu vou arrumar tudo quando eu terminar, prometo.
Luigi contornou o sofá e encostou no braço do mesmo.
--- O que é tudo isso? --- Perguntou.
--- Trabalho da faculdade --- disse Mick, cortando o tecido na linha demarcada --- Tenho que recriar três vestidos de estilistas famosos.
--- Quais você escolheu?
Mick terminou de cortar o tecido e ficou de pé, analisando o que havia feito.
--- Chanel, Giorgio Armani e Prada.
--- Hum. Nunca gostei muito do Armani. Acho clássico demais.
Mick desviou os olhos do tecido que estava no chão e encarou Luigi.
Aos olhos de Mick, Luigi parecia mais velho. Não sabia se era por causa de Peter ou porque estava cansado, mas parecia que Luigi tinha envelhecido anos em dias.
--- Está com fome? --- Mick perguntou.
--- Muita.
Luigi saiu do braço do sofá e foi até a cozinha, com Mick logo atrás dele.
--- Eu comprei macarrão instantâneo --- disse Mick, solicito.
Luigi o olhou com dúvidas.
--- Não tinha coisa pior não?
--- Desculpe-me, é que andei ocupado hoje.
--- Sei. Tudo bem. Você quer macarrão?
--- Por favor, sim.
Luigi colocou a água para ferver e pegou os copos de macarrão que estavam guardados dentro do armário.
O silencio reinava na casa. O único barulho era da água borbulhando dentro da panela.
Luigi abriu os dois copos de macarrão e colocou a água dentro deles. Esperou alguns minutos e se serviu.
Mick fez o mesmo e comeram em silencio. Enquanto comia, Mick observava Luigi, que estava perdido em pensamentos.
Mas a mente de Luigi era algo fácil de se ler. Estava pensando em Peter, com certeza.
--- Sente falta dele, não é?
Luigi foi retirado á força de seus pensamentos e encarou Mick.
Sorriu timidamente ao responder.
--- Toda hora.
--- Ligou para ele hoje?
--- Sim, liguei --- Luigi estava terminando de comer o macarrão --- Está tudo bem.
--- E entre vocês? Como está?
--- Vamos ficar ótimos, tenho certeza disso.
--- Claro que vão.
Mick sorriu e Luigi também.
Às vezes é fácil gostar de Mick, pensou Luigi.
Luigi terminou de comer e jogou o copo de macarrão no lixo.
--- Vou dormir, boa noite --- disse ele, enquanto dava um beijo na testa de Mick.
--- Boa noite.
Luigi subiu os degraus lentamente, um a um. Estava exausto.
Quando entrou embaixo do chuveiro e fechou os olhos, uma única pessoa veio-lhe á mente. A única pessoa no mundo que ele queria que estivesse ali, tomando banho junto com ele.
Saiu do chuveiro e foi para o quarto. Nem se deu ao trabalho de se usar o roupão, estava na sua casa mesmo.
Colocou uma cueca e deitou na cama. Seu celular estava acima do criado-mudo, logo ao seu lado.
Pegou o celular na mão e localizou o numero de Peter.
Completou a ligação.
Três toques depois, uma voz suave como veludo atendeu.
--- Oi Lui.
Luigi não disse nada. Estava se deliciando com o som daquela voz. Fechou os olhos e imaginou o dono daquela linda voz, ao seu lado. Deitado em seu peito e alisando seu corpo.
A saudade era devastadora.
--- Lui? Está aí? Luigi, fale alguma coisa.
Luigi abriu os olhos e lembrou que Peter estava esperando. Mas seus pensamentos apresentavam apenas uma frase. Frase que só era destinada á uma pessoa.
--- Eu te amo --- disse Luigi, antes que seu coração começasse á bater mais rápido por causa de Peter.
Quando Luigi fechou os olhos, as únicas coisas que via foram um par de olhos azuis.
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