sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Capitulo 02.

Novos Tempos

Depois de 13 copos de café amargo, dois murros no computador de sua mesa, milhares de paginas de um processo de uma mulher que culpava o marido de te-la feito engordar e 1hr15min engarrafado no transito, Will estava exausto. Quando chegou ao seu apartamento duplex, queria apenas um banho e sua cama confortável.
Mas sabia que não era bem assim.
Will prometera a ele mesmo que não levaria mais trabalho para casa. Mas naquele exato momento, sua mala estilo carteiro continha 12 processos em andamento, e ele queria arquivar pelo menos 3 ainda naquela noite.
Não queria pensar. Pensar era consumar um ato. Ás vezes.
Will procurava se encher de trabalho para não pensar naquele que, um dia, o deixara com o coração partido e milhares de duvidas na cabeça. E algumas dividas á pagar.
Avaliou suas opções.
Poderia tomar banho, fazer uma sopa instantânea e dormir. Ou poderia tomar banho, comer um lanche natural (estava tentando perder os 12 kilos que ganhara quando ficou sozinho) e estudar o caso da mulher gorda, ou da secretária que acusava a chefe de assédio sexual.
Até mesmo chefes lésbicas tem uma vida sexual mais ativa do que a minha.
Não. Queria dormir. Precisava disso. Precisa de uma noite sem lembranças atordoantes. Já gastara muitas noites pensando naquele em que confiara seu coração e o vira atirar pela janela.
Pensou em seu porto-seguro.
Peter.
E Luigi, claro.
Aquele casal unido por um sentimento tão belo, era de grande ajuda para Will. Quando foi deixado para trás, Peter e Luigi convidaram Will para dormir na enorme casa deles. Em uma semana que passou lá, sentiu uma ponta de inveja deles. Lindos, bem sucedidos, apaixonas e, para completar, juntos. Ficara se perguntando qual era o segredo deles.
Não há segredo, disseram, apenas estamos fazendo dar certo.
Quer dizer que ele havia feito errado? Será que foi por alguma coisa que ele havia feito que acabasse deixando-o sozinho em um apartamento?
Não podia ser. Estava indo tudo tão bem.
Mesmo sem querer, e com as lagrimas já limpando sua visão, lembrou-se mais uma vez daquela noite quando chegou a sua casa e achou uma carta em cima da mesa.
Eu não teria coragem de dizer pessoalmente, estava escrito, mas isso é necessário. Eu não poderia deixar você sofrer por mim, mesmo parecendo que a intenção é totalmente inversa.
E ainda para confundir ainda mais, as três palavras selavam a carta.
Eu te Amo.
Totalmente inversa
Foram tantas ligações, tantas procuras com a ajuda dos amigos. Ele não poderia compreender.
Até que, um dia, uma voz deixara uma mensagem na secretária eletrônica.
Não poderia mais dar certo. O motivo? Eu não te amo mais. Cresça. Viva sua vida.
Caminhou até o quarto. Mesmo no escuro, conseguiu visualizar, dentro da gaveta, a carta de despedida.
Não, pensou, hoje não. Eu preciso descansar. Não posso olhar para trás hoje e achar que conseguirei manter minha sanidade intocada.
Pensou nas únicas pessoas que poderia conversar naquele momento.
Em uma casa um pouco distante, o telefone tocou.

--- Alo?
--- Luigi? Sou eu, Will.
Luigi olhou para o relógio digital que tinha em seu aparelho de DVD.
21hr45min.
--- Oi querido, está tudo bem?
--- Só o de sempre. A inércia da minha vida.
--- Precisa conversar?
--- Na verdade, queria apenas falar.
Luigi sentou no sofá vermelho em sua sala e apoiou a cabeça na outra mão.
--- Estou aqui.
--- Eu sei. Obrigada por me ouvir.
--- Então pode começar.
Luigi ouviu longos suspiros no outro lado da linha. Resolveu esperar que ela começasse.
Não demorou mais de um minuto.
--- Eu estava pensando no que aconteceu. Digo, o que pode ter havido para que ele terminar? Eu sei que as horas no terapeuta foram muito esclarecedoras, mas eu ainda me pergunto se o problema foi meu.
--- Você já sabe a resposta. Will, ele é um idiota. Te deixou para ficar com caras de 50 anos.
--- Isso é o que você diz.
--- E não é? Por que você acha que ele pedia para você fumar charutos cubanos quando vocês transavam?
Will ficou constrangido. E Luigi percebeu que havia falado demais.
--- Quem te contou isso?
--- Ninguem. Mas olha, você devia esquecer ele.
Silencio. Palavras não formadas querendo sair.
--- Você conseguiria esquecer o Peter?
--- Isso é diferente.
--- Por quê? Porque ele é um cara legal que nunca vai te deixar.
--- Não. Porque eu o amo. E ele me ama. É um sentimento recíproco.
--- Obrigado pelo chá de sinceridade.
Idiota! Pensou Luigi, escolha as palavras!
--- Will, eu não quis dizer...
--- Eu sei o que você quis dizer. E quer saber? Volte para seu namoradinho perfeito. Eu vou dormir.
Mesmo antes de conseguir responder, o telefone já indicava que Will havia desligado.

Luigi foi á procura de Peter. A casa em que moravam era uma dessas “mini-mansões” em condomínios fechados.
Peter não estava á vista.
Foi até o quarto e viu fumaça saindo do banheiro. Quando se aproximou da porta, viu Peter enrolado numa toalha, se barbeando.
Ele não me deixaria, pensou, não há motivos.
Viu, pelo reflexo no espelho, os brilhantes olhos azuis de Peter encontrá-lo na porta semi-aberta.
--- Pode entrar --- disse.
Peter havia acabado de passar o creme de barbear, com cheiro de menta, no rosto.
--- Deixa que eu termino --- disse Luigi --- prometo não te cortar.
--- Claro.
Peter passou a navalha para Luigi e sentou no balcão de mármore, de costas para o espelho. Enganchou as pernas na cintura de Luigi e jogou a toalha para o boxe.
--- Quem era ao telefone?
--- Will --- respondeu o outro --- Queria conversar.
--- Está tudo bem?
--- Não sei dizer. Acho que o magoei.
--- Ele está se magoando muito nestes últimos dias.Ainda pensa no motivo que levou Seth á deixa-lo.
--- Como está Seth?
Luigi, enquanto conversava, ia barbeando bem rente o rosto de Peter.
--- Fiquei sabendo que não anda muito bem.
--- Você devia contar pro Will. Ele tem direito de saber.
--- E ele gostaria de saber que o homem que ele ama está...
--- Ele não precisa saber da situação toda --- disse --- apenas o estado geral. Diga só que Seth está doente.
Peter avaliou a situação. Como contar a Will que seu bem mais precioso estava com poucos meses de vida?
--- Não posso. Seth me fez prometer.
--- Will é seu amigo.
--- E seu também. Por que não conta a ele?
--- Porque Seth não sabe que eu sei.
Peter deu um longo suspiro. Estava preocupado com o estado de Will. Não gostava de deixar o amigo sozinho no duplex, mas sabia que tinha que deixá-lo encarar o problema de frente.
--- Quanto tempo? --- perguntou Luigi.
--- Acho que menos de 6 meses.
--- Uma hora ela vai ter que saber.
Peter tinha medo de quando o momento chegasse.

Pra mim chega, pensou Will. Que se dane.Se ?Mick consegue, eu também consigo.
Will estava no centro da cidade, a procura de alguém para passar a noite. Não poderia ser tão difícil, pois sempre havia alguém, em qualquer canto, afim de uma boa foda.
Tem que haver. Alguém tem que escolher a mim.
Chegou á rua onde ficava a maior casa noturna do Centro.
Localizada no numero 117 de uma rua enorme no centro, a Times era famosa por sua enorme estrutura e extensão. O prédio cobria um quarteirão inteiro, sendo de fácil acesso para o estacionamento.
Com 19 anos de serviço, a Times recebia, por noite, no mínimo duas mil pessoas. Seus 62 dark room estavam sempre lotados.
Na porta, ao lado de dois seguranças, havia um grupo de pessoas, entre eles homens e mulheres. Mas um, em especial, chamou a atenção de Will.
O cabelo ruivo, todo jogado para cima, combinava com o cavanhaque em tom vermelho que havia em seu rosto. Seu corpo era musculoso, parecia um dragão. Usava uma calça jeans azul e uma camiseta regata branca.
Will decidiu ser rápido e direto.
--- Está afim?
O ruivo o olhou da cabeça aos pés, e riu.
--- Não com você.
Will já esperava isso. Sacou um maço de notas do bolso.
Estendeu ao rapaz.
--- E agora?
O homem olhou para Will e depois para os amigos, que nada disseram.
--- Não sou garoto de programa.
--- Não perguntei se era.
O rapaz avaliou a situação.
Preciso de uma grana extra, mesmo.
Pegou as notas e enfiou no bolso.

45 minutos depois, o ruivo acreditava que aquele era o melhor boquete de sua vida. Nem rápido, nem devagar. Alternado entre os dois. A língua daquele estranho massageava a cabecinha, e depois seus lábios envolviam o pau inteiro, até a base dos pelos.
--- Não goza ainda --- disse Will --- Você tem que gozar em outro lugar.
Olhando para o criado-mudo que estava em seu quarto, ao lado da sua cama, Will pegou o pacote de preservativo e abriu-o com as mãos.
O ruivo estava em uma masturbação frenética. Seu pau, que media 23 cm, estava completamente vermelho.
Will colocou o preservativo sobre a cabeça e, com os lábios, fez deslizar até o pau ficar totalmente protegido.
--- Você agüenta tudo? Até o talo ?
--- Vamos descobrir agora.
O ruivo segurou na cintura de Will e o Fez ficar de quatro.
Quando começou a enfiar, lembrou-se da esposa que estava em casa, á sua espera.
Não quis dar o cu pra mim, tive que comer um estranho.
Enquanto o ruivo penetrava cada vez mais forte. e sua barba vermelha arranhava suas costas, apenas um pensamento passava na cabeça de Will.
Enfia mais! Mais forte! Enfia com toda sua força em mim!
Enquanto rebolava no pau daquele desconhecido, Will começou a se masturbar. Pouco tempo depois, seu gozo jorrou na cabeceira da cama.
O ruivo estava longe de gozar.
Sem pressa, pensou Will, quanto mais tempo, melhor.

Quando acordou, na manhã seguinte, Will olhou para o homem estranho ao seu lado. Não importava mais.
Na noite anterior, quando o ruivo havia gozado e feito Will chupar toda a porra que estava em seu pau, Will tomou uma decisão.
Não seria mais o Will de sempre. Não seria mais bobo. Não se lamentaria mais. O Will que passava as noites sozinho em um duplex, havia mudado.
Sentia-se diferente. Mais promiscuo. Mais sexy. Mais delicioso.
Sentando nas costas do homem adormecido ao seu lado, Will se masturbou. Seu gozo fez o homem acordar.
E outras coisas acordaram também.
Will pegou outro preservativo, colocou no homem, e cavalgou a manhã inteira.

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